domingo, 1 de março de 2009

O bom e velho jornal, seu futuro em um mundo que têm pressa.

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Centro de São Paulo 8h da manhã, pessoas apressadas acompanham o fluxo frenético da cidade. Algumas param diante da banca mais próxima para dar uma olhada no jornal do dia, com notícias de ontem, já amarelado pelo tempo que a cada dia pede mais rapidez.

O jornal impresso sucumbe, perde espaço e leitores, o livro The Vanishing Newspaper escrito por Philip Meyer, traduzido para o Brasil com o sutil título: Os jornais podem desaparecer? Aborda um tema polêmico e as principais causas do esgotamento desta indústria, que se não fizer algo para conquistar novos leitores, segundo Meyer tem data certa para o fim 2043.

Diante da crise mundial esta realidade pode ficar mais próxima, em sua coluna intitulada O futuro do jornal impresso Pedro Dória cita como exemplo o jornal Seattle Post-Intelligencer que está a venda e precisa de um comprador, e se o mesmo não encontrá-lo, fechará suas portas dia 9 de março de 2009. O The New York Times um dos mais conceituados jornais dos EUA teve uma queda em 50% de sua receita, alguns impressos já trocaram sua plataforma para digital, um exemplo é o jornal Christian Science Monitor que deixou de circular em papel diariamente e opera apenas como website.

Muito se especula sobre o assunto, a principal revista de economia dos EUA The Economist em matéria publicada no ano de 2006, aponta a internet como principal responsável pela queda nas vendas, com sua interatividade, blogs informativos, notícias em tempo real, atualizadas a todo momento, com isso ganha mais espaço no mercado. Uma pesquisa do Pew Research Center for the People & the Press mostra que cerca de 40% da população se atualiza por meio deste veículo, em outra pesquisa feita pela FBS Comunicações 57% por cento dos Jornalistas utiliza mais a internet do que o jornal impresso como fonte de informação.

Ao que tudo indica o jornal impresso está obsoleto e, a saída, segundo o livro O destino do jornal impresso de Lourival Sant'Anna seria se renovar sem medo de correr riscos, enxergar em mídias como internet e televisão, mais do que um concorrente, um aliado na busca pela informação.

Mesmo com este mundo digital ágil, ainda veremos pessoas pararem diante de uma banca de jornal, e por um instante esquecerem da pressa, talvez pelo costume, ou por gosto de sujar suas mãos com a tinta que sai do bom e velho jornal impresso. Afinal, como diz a música: "panela velha é que faz comida boa".